São Paulo - Um aplicativo para
smartphones que funcionam com chip da operadora Vivo tornou-se alvo do Ministério da
Justiça, que teme que a telecom use o app para espionar seus clientes.
Nesta quinta-feira (18), o
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, órgão do Ministério da
Justiça, enviou uma notificação à Vivo/Telefônica pedindo esclarecimentos sobre
o funcionamento do app, ainda em desenvolvimento e que deve estrear no mercado
apenas em novembro.
De acordo com o Ministério, o app
Smart Steps (Passos inteligentes) coleta e envia para servidores da Vivo
informações sobre hábitos dos usuários, como os shoppings que eles frequentam,
períodos do dia em que estão em deslocamento pela cidade e a faixa etária do
usuário.
O objetivo seria traçar perfis de
comportamento e consumo dos clientes da telecom baseados em dados como
geolocalização e usá-los para fins comerciais. As informações permitiriam, por
exemplo, que um varejista criasse promoções para públicos específicos, como
aposentados ou adolescentes, em datas e horários em que sabe que este
consumidor está nas imediações de sua loja.
O aplicativo estreará no Brasil antes
da Telefônica distribuí-lo nos outros mercados em que atua, como Espanha,
Argentina e Reino Unido. A experiência brasileira serviria de laboratório
para novas aplicações do app, que relaciona informações demográficas e de
geolocalização.
Em nota, a Vivo explica que o uso deste app será
voluntário e os consumidores deverão autorizar expressamente a coleta e uso de
dados de seu smartphone. Além disso, explica a Vivo, as informações serão
processadas em grandes volumes (de forma “consolidada”), ou seja, as pessoas
não serão identificadas uma por uma e a empresa não saberá, por exemplo, onde
cada cliente está, mas sim onde grupos de clientes anônimos estão.
Na mesma nota, a empresa diz que
fornecerá todas as explicações que o Ministério da Justiça solicitar e reforça
que o app ainda não está disponível, ou seja, não há clientes neste momento
monitorados pelo aplicativo Smart Steps. A Vivo tem dez dias para esclarecer as
dúvidas apontadas pelo Ministério na notificação emitida hoje. Veja abaixo a
íntegra da nota divulgada pela assessoria de imprensa da Vivo.
“A Telefonica | Vivo informa que irá
fornecer todas as informações no prazo solicitado pelo Departamento de Proteção
e Defesa do Consumidor. A empresa esclarece também que o produto em questão
encontra-se ainda em desenvolvimento. Vale ressaltar que o serviço irá utilizar
apenas informações prévia e expressamente autorizadas pelos clientes. Estas
autorizações começarão a ser colhidas até o final do ano. Além disso, é
importante enfatizar que os dados serão trabalhados de forma consolidada, não
havendo qualquer individualização das informações ou possibilidade de
rastreamento dos usuários.
Por: Felipe Zmoginski - INFO
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