RIO - O
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta terça-feira os
resultados da sua primeira pesquisa "TIC Kids Online". O Centro de
Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) adaptou
a metodologia usada em 2010 pela London School of Economics (LSE) à realidade
brasileira e fez 1.580 entrevistas com crianças e adolescentes de 9 a 16 anos e
1.580 pais de filhos com a mesma faixa etária. O levantamento revela que a
frequência de uso da internet é elevada no público infantil: 47% se conectam
todos os dias ou quase todos os dias e 70% possui perfil numa rede social.
De acordo
com a pesquisa, 42% das crianças e adolescentes se conectam na escola, 40% em
um ambiente coletivo no domicílio (sala de estar, quarto de estudos
compartilhado), 35% em lan houses e 18% no celular.
Entre as
atividades mais mencionadas pelo público infantil e adolescente estão o
trabalho escolar (82%), o acesso a redes sociais (68%), vídeos no YouTube
(66%), jogos on-line e mensagens instantâneas (54%).
Embora
íntimos do uso da tecnologia, as atividades mais complexas ou interativas, como
a publicação de conteúdo, são menos citadas. Dos que responderam à pesquisa,
40% publicaram fotos, vídeos ou músicas no último mês, e 24% publicaram uma
mensagem em um site. A proporção de jovens internautas que escreveu algo em um
blog é de apenas 10%.
Rede social
no Brasil é mais popular do que na Europa
Entre
crianças e adolescentes de 9 a 16 anos entrevistados, 70% possuem um perfil
próprio numa rede social.
De acordo
com a pesquisa, a presença das crianças e adolescentes brasileiros em redes
sociais aumenta de acordo com a faixa de idade. De 9 a 10 anos, 42% dos
usuários têm o próprio perfil, e a proporção aumenta para 83% quando os jovens
têm entre 15 a 16 anos.
"Chama
atenção o fato do uso das redes sociais no Brasil superar o uso na Europa entre
crianças, onde o uso atinge 57%”, disse Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br,
em um comunicado sobre a pesquisa.
Entre os que
possuem um perfil, 42% são privados (só os amigos podem vê-lo), 31% permitem
que amigos dos seus amigos também possam visualizá-lo (parcialmente privado).
Uma parcela de 25% possui perfil público. E cerca de 2% desconhece a
configuração do seu perfil.
Quase um
quarto já falou com estranhos
A maioria,
54%, disse que sabe mudar as configurações de privacidade do seu perfil em uma
rede social e 59% sabem bloquear mensagens de alguém, 44% sabem descartar os
spams e 55% buscam informações sobre como usar a internet de forma segura. Na
web, 41% sabem comparar sites para verificar se as informações são verdadeiras.
A pesquisa
também mostra que 23% dos jovens internautas de 11 a 16 anos já tiveram contato
na internet com alguém que não conhecia e um quarto se encontrou pessoalmente
alguém que conheceu on-line.
Embora 22%
dos pequenos internautas tenham declarado que passaram por alguma situação de
incômodo nos últimos 12 meses e, entre esses, metade (47%) disse que esse tipo
de situação aconteceu na internet, 37% dos pais e responsáveis acreditam que
não é provável que seu filho passe por alguma situação de constrangimento
virtual no próximo semestre.
A maioria
dos pais, 71% acreditam que os filhos usam a internet com segurança e 35% acham
que os filhos são capazes de lidar com essas situações.
“Embora os pais
sejam importantes mediadores no uso da internet, os resultados mostram que a
percepção dos riscos é baixa”, afirmou Barbosa.
Entre os
responsáveis, 47% se conectam à rede e quando questionados sobre onde obtêm
informações sobre o uso seguro da web, a maioria (52%) citou TV, rádio, jornais
ou revistas como fontes recorrentes.
Por: Globo.com