terça-feira, 23 de outubro de 2012

Stephen Elop CEO da Nokia "Nosso foco é bater o Android"


A vida do americano Stephen Elop não está fácil. Ele assumiu a presidência da Nokia há dois anos em meio a uma grande crise. Uma vez no comando, ele refez a estratégia da fabricante finlandesa ao adotar o sistema Windows Phone, da Microsoft, nos smartphones da companhia e ao lançar a linha Lumia para competir em pé de igualdade com Apple, Samsung no mais lucrativo setor da telefonia celular. Elop ainda fez demissões e reorganizou os gastos da empresa. Mesmo assim a Nokia continua no negativo. No último trimestre, as vendas do Lumia caíram 25%, para 2,9 milhões de aparelhos, em relação aos três meses anteriores. Os resultados financeiros ficaram acima das expectativas do mercado, mas ainda assim houve um prejuízo de US$ 754 milhões. E analistas prevêm que a Nokia continuará em baixa nos próximos meses.

Foi em meio a essa situação negativa que Elop fez sua primeira visita ao Brasil desde que se tornou CEO da Nokia. Durante a viagem de três dias iniciada hoje, ele irá se encontrar com analistas de mercado, desenvolvedores de programas para celulares, operadoras de telefonia e funcionários. Também reservou espaço na sua agenda para anunciar o lançamento de três novos celulares no Brasil – o Asha 320, o Lumia 820 e o Lumia 920 – e conversar sobre os rumos da Nokia. Com simpatia e informalidade, Elop deixou claro seu principal objetivo à frente da Nokia. “Nosso foco é bater o Android”, afirmou o executivo em relação ao sistema operacional para celular do Google, atualmente o mais usado no mundo. “Não vamos brigar com outras fabricantes que usam o Windows porque estaríamos disputando uma fatia pequena do mercado. É mais importante estabelecer o Windows como uma terceira alternativa nesse mercado”.

Elop também explicou sua opção pelo sistema de Microsoft. A Nokia o adotou exclusivamente, mas o Windows não é uma exclusividade sua e é usado por concorrentes. “Quando assumimos esse compromisso, a Microsoft buscava alguém para apoiar o Windows”, disse. “Além de recebermos por isso, essa escolha nos deu vantagens, como influenciar no seu desenvolvimento e ser uma parceira prioritária. O Windows Phone foi criado em aparelhos Lumia, por exemplo.”

O executivo ainda aproveitou para fazer algumas ressalvas quanto aos resultados negativos da Nokia. Elop fez questão de ressaltar que a empresa vendeu 76 milhões de celulares tradicionais, 4% a mais do que no ano passado, e que sua divisão de equipamentos de rede foi lucrativa. “Isso é bastante significativo. Queremos que as pessoas entendam melhor o grupo Nokia, que vai além de smartphones”, afirmou. “Estamos com prejuízo porque estamos investindo muito. E fazemos isso mais racionalmente. Hoje temos uma verba menor de pesquisa, mas nos primeiros seis meses deste ano registramos mais patentes do que em qualquer outro primeiro semestre da companhia”.

Por: Rafael Barifouse - Época

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